A arte de saber ouvir o cliente Entrevista a Artio Studio
A Artio Studio nasceu em 2017, com a motivação de oferecer uma bela experiência ao cliente durante a execução da sua futura moradia. O gabinete trabalha com determinação e entusiasmo para dar a volta ao sentimento generalizado, um tanto negativo, relativamente ao setor da construção.
O seu principal objetivo é oferecer um produto melhorado em termos de design, funcionalidades e acabamentos e personalizado para cada cliente. Além disso, acreditam na importância de envolver o cliente, com total transparência, para que possa usufruir e controlar todo o processo de execução do projeto. O gabinete foca-se principalmente no setor residencial, embora também gostem de participar em projetos especiais como o do concessionário McLaren em l'Hospitalet de Llobregat, em Barcelona (Espanha).

FALÁMOS COM MARCOS JURADO E MARTA DE LOZOYA ARQUITETO DIRETOR E DIRETORA DE DESIGN DE INTERIORES, NA ARTIO STUDIO
Qual é a vossa prioridade quando criam um projeto de habitação? Design inovador? Bom aproveitamento do espaço? Durabilidade e fiabilidade das instalações?
Marcos: A verdade é que na hora de desenhar fico obcecado em cumprir todas estas características, pois um bom projeto não pode ser apenas estético ou funcional. Deve ser atrativo à vista, ao mesmo tempo que cómodo para quem vai lá viver, duradouro e de qualidade, sem esquecer outros três pormenores, muito importantes: a um preço correto, de execução o mais breve possível e que respeite o meio ambiente.
Como cada pessoa é um mundo, cada um de nós tem as suas preferências em termos de estética e funcionalidade. É muito importante conhecer bem os hábitos dos nossos clientes antes de começar a trabalhar, de forma a criar uma casa adaptada às suas necessidades. Acredito que saber ouvir é um dos ingredientes essenciais do nosso cocktail de sucesso.
Depois, há muito trabalho com a equipa: análise do terreno e sua orientação, simulação dos volumes no ambiente, estudo da disposição das divisões para uma circulação lógica e confortável dentro do espaço global e uma seleção exaustiva dos materiais e diferentes elementos que compõem a obra. E é importante estarmos atualizados com as constantes inovações oferecidas pelos fornecedores, pois permite-nos apresentar melhores soluções aos milhares de detalhes construtivos existentes numa obra desta magnitude e com o nível de exigência que uma residência requer.
Como é que se consegue criar um espaço funcional e ao mesmo tempo agradável e acolhedor e que se adapte às necessidades do cliente?
Marta: Em primeiro lugar, é fundamental conhecer as necessidades do cliente, pois cada um tem as suas. A partir daí, o espaço será configurado de maneira que funcione, organizando as divisões na devida ordem e orientação e com as devidas ligações ou separações. Se configurarmos muito bem o que referimos antes, escolhendo os materiais certos e em equilíbrio e utilizando a iluminação adequada, teremos um espaço muito apetecível.
Ultimamente, tentamos incluir várias opções de iluminação nas divisões. Assim, dependendo da situação, o cliente pode criar diferentes cenários, com iluminação mais direta para maior visão ou iluminação indireta e menos intensa para criar espaços de descanso.
Quais são os principais desafios que enfrenta no seu dia-a-dia como arquiteto?
Marcos: Oferecer um tratamento tão personalizado e um serviço em que o cliente se sinta protagonista implica um trabalho instrutivo adicional. Os técnicos que estão no setor há muitos anos encontram rapidamente soluções para os problemas colocados por uma obra, enquanto que ao cliente é preciso explicar, fazendo-lhe entender as vantagens e desvantagens entre as diferentes opções possíveis para que cheguem às mesmas conclusões. Lidar com alguns industriais às vezes não é menos difícil, porque alguns são muito teimosos!
Mas o maior desafio é garantir que todos os desejos, dos técnicos e dos clientes, se consigam ajustar ao orçamento do projeto.
Qual dos seus trabalhos representou um desafio maior para si e se se orgulha de como conseguiu resolvê-lo? Porquê?
Marcos: A Casa Ladera é, provavelmente, o projeto mais complexo que já realizámos, dadas as características do terreno. Era um local terrivelmente inclinado no qual teve de ser feita uma terraplenagem realmente vertiginosa. Eu tinha muito medo de ver o homem que manobrava a grua em todas as visitas à obra.
Também foi curioso ver a execução das paredes de betão que sustentam o terreno na rampa de acesso em carro. Assim como a entrada em obra de todas as janelas de grande formato, que se desceram para o terreno, desde a rua, com uma grua de mais de vinte metros.
Este tipo de terrenos representam uma desvantagem para cada industrial envolvido na obra mas, como tudo na vida, aquilo que é um desafio extra, depois de superado, vem também acompanhado por uma dose extra de orgulho.
No caso específico da Casa Ladera, trata-se de um projeto de construção industrializada, certo? Que partes da casa foram pré-montadas na fábrica? Acha que a integração de módulos pré-montados para casas de banho, cozinhas, etc., facilita a sustentabilidade e a qualidade de um projeto e ajuda a reduzir não só os custos como também os prazos de entrega de uma casa ou de um edifício?
Marcos: Na Casa Ladera foram utilizados diferentes sistemas de construção para garantir um resultado fiável e otimizar ao máximo os tempos, tendo em conta a complexidade do terreno: o piso superior e a cobertura foram executados com estes sistemas industrializados.
No nosso gabinete simpatizamos muito com os modelos de construção industrializada do tipo CLT, por exemplo, porque realmente significaram uma evolução no mundo da construção. Este setor tem dificuldade em adotar medidas de melhoramento, vive ancorado no passado e nos seus métodos pré-históricos de fazer as coisas (muitas vezes errados). A vida evolui e, com ela, tudo deve evoluir ao mesmo ritmo, pois o que fica para trás torna-se obsoleto.
A construção industrializada demorou a chegar à nossa cultura, mas tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos. Este sistema permitiu reduzir os prazos de execução, facto muito importante para uma sociedade onde reina a pressa. Além disso, garante níveis de qualidade muito superiores, com menos riscos de má execução, pois a maior parte do processo é realizada na fábrica. As obras com este tipo de estrutura são espaços limpos, não há sacos de cimento e areia por todo o lado, as visitas ao local são realmente vivenciadas de uma maneira diferente. E provavelmente o mais importante é que oferece grandes vantagens ambientais durante o processo de fabrico e grandes qualidades ecológicas e de conforto na moradia acabada, devido ao seu baixo nível de condutividade.
Isto, evidentemente, pode ser extrapolado para outros elementos integrantes de uma obra. Entre eles, a obra veria reduzido o prazo de entrega e minimizados os erros de execução no local. A sociedade precisa desta evolução e tenho a certeza de que o mercado tende a aperfeiçoar-se para oferecer soluções que levem a construção nesse caminho.
Centrando-nos agora nas casas de banho, observamos uma crescente preferência pelos sistemas de encastrar, uma vez que melhoram a divisão em termos de espaço, estética e facilidade de limpeza. Com base na sua vasta experiência, acha que os sistemas encastrados com sanitários e móveis suspensos já são uma tendência?
Marta: Acho que, nos meus 10 anos de experiência no setor, nunca instalei uma sanita que não tivesse autoclismo encastrado e nos chuveiros, talvez não sejam 10 anos, mas já há muitos anos que não instalo uma torneira de superfície. Com isto quero dizer que este tipo de solução já está muito consolidado na nossa região. Como bem diz, proporcionam um resultado muito superior em termos de estética, funcionalidade e sem ter de fazer um investimento muito superior ao de uma instalação tradicional com autoclismo ou torneiras à vista na frente da parede.
O que acha das Soluções Geberit? Acha que contribuem para um projeto de maior qualidade e total confiança e fiabilidade?
Marta: A Geberit é a minha empresa de confiança quando se trata de soluções para a casa de banho. Os seus produtos são os que mais utilizo no meu trabalho como designer de interiores. E é assim porque nunca me deram problemas, ao contrário de outras marcas. Sei bem que outras marcas causam problemas porque tenho feito reabilitação de casas de banho, precisamente porque os autoclismos de interior que estavam colocados, com poucos anos de utilização, deixaram de funcionar.
Considera que o apoio oferecido pela Geberit tanto na fase de desenvolvimento de um projeto como na execução das obras faz a diferença no mercado?
Marta: Na pergunta anterior, falávamos sobre a crescente preferência por sistemas encastrados e acho que a vossa equipa teve um papel muito importante nisso. Vocês fizeram uma potente divulgação e formação das vantagens dos produtos embutidos no sector profissional. Pela nossa parte, os profissionais transmitiram esta informação ao cliente final. Também acho muito importante o apoio que vocês dão, antes e durante a instalação. Como tudo o que é novo, é preciso dar formação aos profissionais para que saibam como instalar. É uma situação vantajosa para todos: o profissional aprende a montar e a Geberit evita potenciais contratempos para os clientes finais.
Casa Ladera Um projeto espetacular da Artio Studio





